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25 julho 2009

O Poder do Perdão

Neste texto, Jesus nos ensina muito sobre o poder de um perdão e como isso pode ser possível mesmo na mais difícil situação!!  É INESQUECIVEL!! Quem puder ler leia pois é um texto muito rico que vale a pena MESMO!!

O PODER DO PERDÃO

De todas as vezes que encontramos Jesus com os joelhos dobrados, nenhuma é mais preciosa do que quando se ajoelhou diante de seus discípulos e lavou-lhes os pés.

Foi exatamente antes da Páscoa. Jesus sabia que sua hora de deixar este mundo e ir para o Pai tinha chegado. Tendo amado os seus que estavam no mundo, mostrou-lhes o alcance pleno de seu amor.

"Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim. E, acabada a ceia, tendo o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido" (Jo 13:1-5, ACF).

Tinha sido um longo dia. Jerusalém estava lotada com os que vieram para celebrar a Páscoa, a maioria dos quais desejava dar ao menos uma olhada no Mestre. O sol da primavera era cálido. As ruas estavam secas. Os discípulos estavam longe de casa. Uma boa borrifada de água fria seria refrescante.

Os discípulos entraram, um a um, e tomaram seus lugares em volta da mesa. Na parede está pendurada uma toalha, e no chão há uma jarra e uma bacia. Qualquer dos discípulos poderia ter-se oferecido voluntariamente para fazer a tarefa, mas ninguém se ofereceu.

Depois de alguns poucos momentos, Jesus se levanta e tira sua túnica exterior. Envolve na cintura a faixa do servo, pega a bacia e se ajoelha diante de um dos discípulos. Desata a correia da sandália, e com suavidade levanta o pé e o coloca dentro da bacia, cobrindo-o com água, e começa a lavá-lo. Um por um, um pé sujo após outro, Jesus avança na fileira.

Nos dias de Jesus lavar os pés era uma tarefa reservada não apenas para os criados, mas para o mais baixo dos criados. Todo círculo tem sua própria ordem, e o círculo dos trabalhadores domésticos não era a exceção. O servo que estava no ponto mais baixo na escala era o que tinha que ajoelhar-se com a toalha e a bacia.

Nesse caso, quem estava com a toalha e a bacia era o Rei do universo. As mãos que formaram as estrelas agora lavavam a sujeira. Os dedos que formaram as montanhas davam massagens aos dedos dos pés. Aquele diante de quem todas as nações um dia dobrarão os joelhos, ajoelha-se diante de seus discípulos. Horas antes de sua morte, a preocupação de Jesus é singular. Quer que seus discípulos saibam quanto os ama. Mais do que tirando sujeira, Jesus está tirando dúvidas.

Jesus sabe o que acontecerá com suas mãos na crucificação. Em vinte e quatro horas serão furadas e ficarão sem vida. De todas as vezes que esperamos que peça a atenção de seus discípulos, seria esta. Mas não faz isso.

Você pode estar certo de que Jesus conhece o futuro dos pés que está lavando. Estes vinte e quatro pés não estarão no dia seguinte seguindo o seu mestre, defendendo sua causa. Estes pés sairão apavorados buscando refúgio diante da visão da espada romana. Só um par de pés não o abandonarão no horto. Somente um discípulo não o abandonará no Getsêmani: Judas nem sequer chegaria a esse ponto! Abandonaria a Jesus nessa mesma noite, na mesa.

Procurei alguma tradução da Bíblia que dissesse: "Jesus lavou os pés de todos seus discípulos, exceto de Judas", mas não achei. Que momento mais apaixonado quando Jesus, em silêncio, levantou os pés do traidor e os lavou na bacia! Em poucas horas os pés de Judas, limpos pela bondade dAquele a quem trairia, estariam no pátio de Caifás.

Observe o que Jesus dá a seus seguidores! Sabe o que estes homens estão a ponto de fazer. Sabe que estão a ponto de realizar um dos atos mais vis de suas vidas. De manhã baixarão os rostos de vergonha e olharão para seus pés com desgosto. Quando o fizerem, Ele quer que lembrem como se ajoelhou diante deles e lavou-lhes os pés. Quer que percebam que seus pés estão limpos: "O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois" (Jo 13:7, ACF).

Assombroso. Perdoou seu pecado antes deles cometerem-no. Ofereceu-lhes misericórdia antes mesmo de que eles a procurassem.

Você objeta: "Ah, eu nunca poderia fazer isso". "A ferida é muito profunda. As feridas são muito numerosas. "Só de ver essa pessoa eu fico irritado...". Talvez esse seja seu problema. Talvez você esteja olhando para a pessoa errada, ou pelo menos muito da pessoa errada. Lembre-se: o segredo de ser como Jesus é "fixar nossos olhos" nEle. Tente mudar seu olhar, afastando-o daquele que o feriu e fitando seus olhos nAquele que o salvou.

Note a promessa de João:

"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 Jo 1:7, ACF).

Tirando a geografia e cronologia, nossa história é a mesma que a dos discípulos. Não estivemos em Jerusalém, nem estávamos vivos naquela noite. Mas o que Jesus fez por eles, fez por nós. Nos limpou. Limpou nossos corações do pecado.

E mais, continua nos limpando! João nos diz: "Estamos sendo limpos de todo pecado pelo sangue de Jesus". Em outras palavras, sempre estamos sendo limpos. A limpeza não é uma promessa para o futuro, mas uma realidade no presente. Se uma pitada de pó cai na alma de um santo, é limpada. Se uma pitada de sujeira cai no coração de um filho de Deus, essa sujeira é limpada. Jesus ainda limpa os pés de seus discípulos. Jesus ainda lava as manchas. Jesus ainda purifica as pessoas.

Nosso Salvador se ajoelha e vê os atos mas obscuros de nossas vidas. Mas em vez de retrair-se de horror, estende sua mão com bondade e diz: "Eu posso limpar você, se quiser". Da fonte de sua graça enche as mãos de sua misericórdia e lava nosso pecado.

Mas isso não é tudo. Porque Ele vive em nós, você e eu podemos fazer o mesmo. Porque Ele nos perdoou, nós podemos perdoar os outros. Porque Ele tem um coração perdoador, nós podemos ter um coração que perdoa. Podemos ter um coração como o dEle.

"Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (João 13:14-15, ACF).

Jesus lava nossos pés por duas razões. A primeira é nos dar misericórdia, a segunda é nos dar uma mensagem, e essa mensagem é: Jesus oferece graça incondicional; nós devemos oferecer graça incondicional. A misericórdia de Cristo precede nossos erros; nossa misericórdia deve preceder as faltas de outros. Os que estavam no círculo de Cristo não tiveram dúvida de seu amor; os que estão em nossos círculos não devem ter dúvidas do nosso.

O que significa ter um coração como o de Cristo? Significa ajoelhar-nos como Jesus se ajoelhou, tocar as partes mais sujas daqueles com que estamos pregados e lavar com bondade sua grosseria. Ou, como Paulo escreveu: "Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4:32, ACF).

"Mas, Max", você dirá, "eu não fiz nada de mal. Eu é que fui enganado. Não fui eu quem mentiu. Eu não sou o culpado". Talvez não seja. Porém Jesus também não foi. De todos os homens naquele aposento, somente um era digno de que lhe lavassem os pés; e foi Ele quem lavou os pés dos outros. O que merecia que o servissem serviu. O genial do exemplo de Jesus é que o peso de estabelecer a ponte recai sobre o forte, não sobre o fraco. O inocente é quem deve fazer o gesto.

Sabe o que acontece? Se o que tem razão se oferece voluntariamente para lavar os pés daquele que agiu errado, frequentemente ambos se ajoelham. Por acaso não achamos todos que temos a razão? Por isso devemos lavarmos os pés uns aos outros.

Por favor, compreenda: As relações não prosperam porque o culpado é castigado, mas sim porque o inocente é misericordioso.

Faz pouco tempo jantei com uns amigos. Uma senhora casada queria me contar sobre uma tempestade pela qual estavam passando. Através de uma série de eventos, ela soube de um ato de infidelidade que tinha acontecido uma década atrás. O esposo cometeu o erro de pensar que seria melhor não dizer nada a ela; assim não lhe contou. Porém ela soube. Como você pode imaginar, ela ficou profundamente magoada.

Orientados por um conselheiro matrimonial, o casal deixou tudo de lado, e viajaram por uns dias. Deviam tomar uma decisão. Fugiriam, lutariam ou perdoariam? Então oraram. Conversaram. Caminharam. Refletiram. Neste caso a esposa claramente tinha a razão. Poderia ter ido embora. Há mulheres que fizeram isso por muito menos. Poderia ter ficado e transformado a vida dele num inferno. Outras mulheres o fizeram. Mas ela escolheu uma resposta diferente.

Na décima noite de sua viagem, meu amigo achou um cartão sobre seu travesseiro. Tinha uma frase impressa que dizia: "Prefiro não fazer nada e estar com você, do que fazer algo e estar sem você". Embaixo da frase ela tinha escrito o seguinte:

Te perdôo. Te amo. Vamos em frente.

O cartão bem poderia ter sido uma "bacia". A caneta bem poderia ter sido um jarro de água, pois verteu misericórdia, e com isso ela lavou os pés de seu esposo.

Certos conflitos podem ser resolvidos só com uma bacia de água. Há algum relacionamento em seu mundo que tenha sede de misericórdia? Há alguém sentado à sua mesa que necessita que lhe assegure sua graça? Jesus se certificou de que seus discípulos não duvidassem de seu amor. Por que você não faz o mesmo?

"Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade" Colossenses 3:12, ACF

Extraido do livro: Simplesmente como Jesus – Max Lucado

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